Os empréstimos concedidos pelos bancos ao consumo das famílias voltaram a cair em Março e Abril, face aos mesmos meses do ano passado, mas a tendência do primeiro trimestre revela um ligeiro aumento dos financiamentos às grandes empresas.
O recuo dos empréstimos destinados ao consumo cifrou-se em 1,5 por cento em Abril, depois de uma queda de 1,1 por cento no mês anterior, revela o boletim estatístico do Banco de Portugal, hoje divulgado.
Embora o financiamento à economia tenha aumentado nesses dois meses, a quebra nos empréstimos ao consumo acabou por penalizar a progressão dos financiamentos a particulares (que conjuga as variáveis consumo e habitação). A evolução foi positiva face ao ano passado – de apenas 0,8 por cento em Abril – foi sustentada por uma subida homóloga de 1,6 por cento do lado dos empréstimos concedidos à habitação.
Quanto aos primeiros três meses do ano, os dados do supervisor bancário apontam para um corte de 2,7 por cento nos financiamentos ao consumo, variação que se reflectiu numa quebra de 1,1 por cento no consumo privado, que estava a recuar desde Dezembro e que chegou a Maio com uma diminuição a tocar os 2,5 por cento.
Também as pequenas e médias empresas receberam menos 1,1 por cento em empréstimos entre Janeiro e Março, acentuando a tendência sentida, pelo menos, desde o início de 2010.
Pelo contrário, as grandes empresas viram aumentar em 0,2 por cento os financiamentos bancários no primeiro trimestre, face ao ano passado, em que a concessão ficou trimestralmente sempre abaixo comparando com 2009.