PSI 20 ganha 3% suportado pelos bancos e Galp. Acordo para rechear banca europeia de dólares animou investidores.
O principal índice português, o PSI 20, avançou hoje 3,08% para 6.095,04 pontos, naquela que foi melhor sessão de 2011. Com apenas a Brisa em sinal vermelho, a pressão compradora deu ganhos bastantes acentuados à maioria das cotadas nacionais. Banca, Galp e Jerónimo Martins foram as mais beneficiadas.
Tanto em Lisboa como nas restantes praças europeias a sessão começou em alta moderada, com os investidores a reflectirem algum do optimismo transmitido ontem por Merkel e Sarkozy em relação ao futuro da Grécia. E apesar da fraude descoberta no UBS e da revisão em baixa das previsões de crescimento da Comissão Europeia para a zona euro, as ordens de compra continuaram a dominar.
Porém, a partir de meio da sessão, as bolsas entraram em modo 'rally', sustentado no acordo do Banco Central Europeu, a Reserva Federal norte-americana e outros bancos centrais para o financiamento em dólares do sistema financeiro europeu. E no final as bolsas de Paris, Madrid e Milão somaram ganhos em torno dos 3,5%.
Em reacção à notícia do BCE, também os títulos da banca europeia fecharam a disparar. O BNP Paribas, apontado como um dos bancos em dificuldades para se financiar em dólares, avançou mais de 10%. Já com ganhos de 6% fecharam o Intesa, o Lloyds, o Credit Suisse e o Commerzbank, por exemplo.
O acordo teve ainda reflexos nos mercados cambiais e nas 'commodities'. O euro chegou a ganhar 1,3% na maior subida em quase um mês. Já o ouro recuava 2% perante o alívio da crise de dívida na zona euro.
A banca nacional também saiu a ganhar com a acção coordenada entre os maiores bancos centrais para conceder liquidez em notas verdes ao sistema financeiro na Europa. O BCP, neste caso, registou o melhor desempenho do dia, subindo quase 6% para 0,213 euros. No mesmo sentido, o BPI somou 4,29% para 0,70% e o BES avançou 2,04% para 2 euros. Já o Banif fechou estável nos 0,426 euros.
Mas aquela que foi a melhor sessão de 2011 também se deveu ao bom desempenho da Galp e da Jerónimo Martins, cotadas com grande expressão no índice. A petrolífera nacional ganhou 5,16% para 14,4 euros, acompanhando a subida do petróleo nos mercados internacionais. Já a retalhista avançou 4,86%, reforçando o estatuto de melhor desempenho em Lisboa este ano.
De resto, 12 cotadas fecharam a ganhar mais de 2%, onde se incluem a EDP e EDP Renováveis. A subida da EDP surge no dia em que o Diário Económico noticiou que os chineses regressaram a Portugal para pressionar a venda da fatia estatal à Power China.
Apenas a Brisa fechou em sinal negativo, perdendo 1% para 2,43 euros.