João Duque, conselheiro económico de Pedro Passos Coelho, disse que o buraco descoberto nas contas da Madeira vai ter consequências muito sérias no orçamento deste ano.
Em causa estão dívidas que não foram reportadas ao Banco de Portugal (BdP) e ao Instituto Nacional de Estatística (INE), instituições a que, após diligências, terão chegado informações entre o final de Agosto e esta semana que dão conta de Acordos de Regularização de Dívidas celebrados em 2010, com um valor aproximado de 571 milhões de euros, dos quais não tinham conhecimento, mais 290 milhões de euros de juros de mora «que também não foram comunicados às autoridades estatísticas».
O INE e o BdP acusaram esta sexta-feira a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, facto que consideram «grave» e da qual não têm conhecimento de casos similares
A Madeira não terá ainda comunicado encargos, que ainda não foram objeto destes acordos relativos a serviços de saúde de 2008, 2009 e 2010, em montantes de 20, 25 e 54 milhões de euros, respectivamente.
João Duque, também presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), alertou que Portugal dispõe de «três meses úteis» para manter sob «estrito controle» o défice previsto das contas públicas e o crescimento da dívida, por forma a cumprir o acordado com a "troika".
Com um «derrapanço de um destes dois indicadores», continuou, Portugal aproxima-se a «passos largos da imagem da Grécia».