Mário Soares considerou hoje que a candidatura de Fernando Nobre à presidência da Assembleia da República (AR) “não fazia sentido” e manifestou-se “muito satisfeito” com a eleição de Assunção Esteves para o cargo.
“Tenho estima por ele [Fernando Nobre], mas achei que realmente aquilo não fazia sentido, como realmente não fez”, afirmou o antigo Presidente da República.
Disse que ficou “espantado” com o facto de o nome de Fernando Nobre ter sido proposto para um cargo “que é logo o segundo do Estado” antes das eleições e, portanto, de se conhecer o partido vencedor.
Em contrapartida, manifestou-se muito satisfeito com a eleição de Assunção Esteves para o cargo, classificando-a como “uma mulher extraordinária” e “muito grande constitucionalista”.
“É estimada por todos e foi aplaudida por toda a Assembleia da República, o que é qualquer coisa de grande, além de ser a primeira mulher que vai ser presidente da AR”, referiu.
Mário Soares falava em Arcos de Valdevez, no final da segunda edição do “Concelho de estado”, uma iniciativa que este ano prestou homenagem a Mikhail Gorbachov.
Os conferencistas lançaram ao rio Vez barcos de papel com uma mensagem dando conta do que desejam para o futuro do mundo.
“Paz no mundo para todos e não só para os homens de boa vontade” foi a mensagem de Mário Soares, que se referiu a Gorbachov como um homem “absolutamente extraordinário, que conseguiu mudar o mundo”.
Para o PS, o fundador do partido voltou hoje a aconselhar que faça “de alguma maneira uma certa refundação, porque o mundo está a mudar e o PS não pode ficar sempre na mesma”.
Escusou-se, no entanto, a dizer se prefere ver António José Seguro ou Francisco Assis na liderança do partido.
“Sou amigo de ambos, são excelentes candidatos. É como dizer este filho é melhor que aquele, não pode ser”, referiu.