O Presidente da República deixou hoje um "forte apelo" para que os portugueses cumpram o "dever" de votar nas eleições legislativas, recusando que possam existir "cenários piores ou melhores" quanto aos resultados.
"Na situação em que o país se encontra, votar não é apenas um direito, é um dever e cada um deve pensar que a escolha do próximo Governo é uma matéria demasiado importante para ser deixada aos outros, isto é, cada um deve pensar que o seu voto é importante para determinar o rumo do nosso país", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas, depois de ter votado numa escola em Lisboa, na zona da Lapa.
Insistindo no "apelo muito forte" para que todos os eleitores façam "um esforço, dirijam-se às mesas de voto" e não deixem de cumprir o "dever de votar", Cavaco Silva recusou a existência de "cenários piores ou melhores" quanto aos resultados das eleições.
"Não há cenários piores ou melhores, o Presidente tem um trabalho a realizar a partir de amanhã, que eu irei realizar com toda a celeridade no cumprimento da lei", referiu.
Cavaco Silva frisou ainda estar "bem consciente da gravidade da situação em que o país se encontra" e da necessidade de tão cedo quanto possível o país ter "um Governo legitimado pela escolha que os portugueses irão fazer", insistindo em que o "povo é soberano" e que todos têm de aceitar os resultados.
"O povo é soberano e todos nós temos de aceitar a escolha que os portugueses vão fazer no dia de hoje e respeitar essa escolha. Portanto não há cenários nem piores, nem melhores, é aquele que os portugueses escolheram livremente", acrescentou.
Quanto à abstenção, o Presidente da República disse ter "a impressão de que os portugueses estão conscientes da importância de escolher o rumo que Portugal deve seguir nos próximos quatro anos", mas confessou algum "receio" que pelo menos em Lisboa, "com o sol tão brilhante", exista às vezes "alguma tentação de ir à praia e deixar aos outros uma escolha que afinal é um escolha de todos".
O chefe de Estado adiantou ainda que está em contacto permanente com uma equipa instalada no Palácio de Belém que está a acompanhar as informações que vão chegando do ato eleitoral, tendo-lhe já chegado notícias de que as eleições estão a decorrer com "normalidade", apesar dos "dois ou três boicotes, não significativos" registados.
"De qualquer forma é muito importante que os portugueses percebam que não se deve confundir a escolha do futuro Governo de Portugal com os problemas locais e não é o método adequado para resolver os problemas locais, isso resolve-se noutra área, não é através do impedimento de alguns exercerem o direito de voto", salientou, revelando ainda que irá passar o resto do dia com a família.
Mais de 9,6 milhões de eleitores podem votar hoje nas eleições legislativas antecipadas, de onde sairá o novo Governo e a composição da Assembleia da República na XII Legislatura.