O líder do CDS-PP, Paulo Portas, advertiu, esta segunda-feira, que a condição para que as negociações com o PSD com vista à formação de uma coligação de Governo corram bem é haver «recato e contenção».
«Há uma condição essencial para que as coisas corram bem, contenção e recato. Governos não se fazem na praça pública», afirmou Paulo Portas.
Em declarações aos jornalistas à chegada à sede do CDS-PP, Paulo Portas disse que «quando houver o início dessas conversações, será público».
Entretanto, o CDS-PP reunirá em breve os órgãos nacionais para analisar os resultados das eleições, a começar pela Comissão Executiva, o órgão de direção mais restrito, na terça-feira.
Paulo Portas manifestou a expetativa de que a formação do Governo possa ocorrer o mais rápido possível tendo em conta os prazos legais previstos.
O líder do CDS-PP lembrou que a bancada apresentou na passada legislatura um projeto de lei para reduzir alguns prazos eleitorais, que «caiu» devido à dissolução da Assembleia da República. «A nossa cultura ainda é muito burocrática. Há muitos prazos, muitos procedimentos e evidentemente podia-se fazer um processo mais rápido e as leis são para cumprir», disse.
Questionado sobre quantos ministérios e que pastas gostaria o CDS-PP de assumir, Paulo Portas recusou responder, afirmando que isso será discutido com o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. «A condição para fazer alguma coisa seriamente é não estar a fazer política na praça pública. Agora, a temperatura vai baixar, o país tem que ser bem governado, a situação é dificílima. Quando houver conversações, elas terão um desfecho», reiterou.
Interrogado sobre a posição manifestada pelo vice-presidente do partido e líder do CDS-PP/Açores, que defendeu que o CDS não deveria formar coligação de Governo com o PSD, Paulo Portas disse respeitar a posição manifestada por Artur Lima e frisou que o CDS-PP/Açores «tem autonomia».