Um atraso na contagem de votos do círculo eleitoral fora da Europa pode atrasar o processo de formação do novo Governo.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, Nuno Matos, defende que caso o processo de contagem de votos seja atrasado, Pedro Passos Coelho não devia ir ao Conselho Europeu como primeiro-ministro. Numa situação de atraso, o futuro primeiro-ministro "ficaria fragilizado" e por isso não devia ir a Bruxelas "sem tomar posse", considerou ao Económico.
A questão levanta-se depois de ser noticiado que um jornal brasileiro ligado à campanha do PSD terá reunido votos de eleitores. O porta-voz da CNE explica que o problema vai ser levantado amanhã, quando a mesa fizer a contagem dos votos de fora da Europa. "Se a mesa encontrar um contentor com algumas centenas de votos reunidos" terá de tomar uma decisão: ou "reconhece os votos" ou "não reconhece", explica Nuno Matos. Seja qual for a decisão, qualquer partido político pode recorrer e é neste caso que o processo pode ficar atrasado.
É que o recurso pode ser feito em 24 horas, tendo depois de existir um prazo igual para notificar a entidade que reuniu e enviou os votos. O tribunal tem depois 48 horas para decidir. Isto pode representar um atraso até quatro dias o que tornaria impossível publicar os resultados eleitorais e, por isso, formar o novo Governo. O Partido Socialista já fez saber que está a estudar a possibilidade de intervir, mas ainda não é certo que o faça. A CNE considera ilegal esta recolha mas admite que não tem peso em nenhuma decisão, pois o importante é a mesa.