Dentro do Parlamento grego os deputados aprovaram novo pacote de austeridade que evitará que a Grécia entre em bancarrota. Nas ruas, os gregos “indignados”, envolvem-se em fortes confrontos com a polícia.
155 deputados aprovaram esta tarde o plano de austeridade apresentado pelo Governo socialista, necessário para que Atenas possa continuar a receber ajuda internacional e evitar a bancarrota.
Assim sendo, está afastada a hipótese de Atenas entrar em incumprimento, estando assegurado o pagamento da quinta tranche dos empréstimos da União Europeia e do FMI à Grécia, no valor de 12 mil milhões de euros.
A adopção deste programa é "o único caminho de ganhar tempo para realizar as grandes mudanças que o país necessita", disse o primeiro-ministro, Giorgos Papandreou, antes da votação.
Papandreou admitiu que não havia nenhum "Plano B" para evitar o colapso, que poderia acarretar uma suspensão do pagamento dos salários dos funcionários e das reformas e pensões.
No entanto, a greve geral de 48 horas que está a paralisar a Grécia continua a provocar confrontos violentos entre a polícia e manifestantes nas capital grega. Os grevistas protestam contra o plano de austeridade, que, além do aumento de impostos e de taxas, também deverá permitir a supressão de postos de trabalho na função pública.
Poucos tempo depois de aprovado no Parlamento o novo pacote de austeridade, um manifestante dizia à BBC que iriam continuar a protestar na rua como se nada tivesse acontecido. Alguns protestantes invadiram mesmo um edifício de escritórios na Praça Syntagma e tentaram incendiar o local, reportou a agência Reuters.
O dia de ontem e hoje ficam então marcados por manifestações convocadas pelos principais sindicatos do país, que deram lugar a confrontos entre grupos de jovens e a polícia. De acordo com as autoridades os confrontos já fizeram 37 feridos e 14 pessoas foram detidas. Já esta manhã, a polícia dispersou com gás lacrimogéneo um grupo de cerca de 400 manifestantes horas antes da votação do novo plano de austeridade no parlamento grego.
Milhares de manifestantes continuam nas ruas em protesto.
Os manifestantes estavam concentrados frente ao Hotel Hilton e foram dispersados pela polícia quando tentavam chegar à Praça Syntagma, onde fica situado o Parlamento. Mais de 5.000 polícias foram hoje destacados para patrulhar as ruas do centro de Atenas com o intuito de contrariar os planos dos manifestantes de bloquearem o acesso dos deputados ao Parlamento.
"A opção é eles ou nós. O novo projecto de orçamento e o acordo com a União Europeia e o FMI vão destruir o país e estripar os trabalhadores, os desempregados e as crianças", denunciava esta manhã Rena Nenedaki, uma advogada de 40 anos, presente nos protestos.
O Parlamento volta a reunir amanhã para discutir a aplicação rápida das novas medidas.