O PSD considera que o Governo "não merece uma nova oportunidade" após o país ter atingido os 12,4% de desemprego.
"Este primeiro-ministro não merece uma nova oportunidade. Quem merece são os portugueses, uma oportunidade para voltar a ter confiança no futuro", afirmou Luís Montenegro, considerando que o Governo PS deixou o país "à beira do colapso social, económico e financeiro".
Na abertura do debate sobre a situação económica e social do país, na comissão permanente da Assembleia da República, Luís Montenegro argumentou que os números do desemprego divulgados quarta-feira pelo INE, 12,4% no primeiro trimestre do ano, "são a parte mais negra da governação falhada de José Sócrates".
"São números que, isso sim, deveriam fazer o primeiro-ministro chorar, mas chorar de vergonha", disse.
Sobre este tema, o líder parlamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, responsabilizou José Sócrates pelos "689 mil portugueses que não têm oportunidade para ingressar no mercado de trabalho".
O deputado criticou o secretário de Estado Valter Lemos por em Janeiro ter afirmado que "o pior já passou" e que quarta-feira, após ser conhecida uma subida de 1,3% em três meses o secretário de Estado "já disse que a subida estava dentro das expectativas".
"Se a lata pagasse imposto, só as declarações do Governo davam para financiar a baixa da Taxa Social Única", criticou.
Em resposta ao PSD, a deputada do PS Sónia Fertuzinhos acusou os sociais-democratas de "fazerem o mais fácil, dizer mal sem apresentar alternativas".
"Resta-lhes continuar a ser oposição e uma má oposição", considerou.
No mesmo sentido, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, considerou que o PSD "trouxe uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma" e acusou os sociais-democratas de se prepararem para "desmantelar o Estado Social".
PCP, BE e PEV acusaram o PSD e o CDS-PP de "hipocrisia" e "enorme incomodidade" pela atual situação do país, argumentando que "ajudaram" a viabilizar as políticas do Governo PS.
"O PSD deu ao PS a corda para enforcar o país", acusou o deputado do BE José Gusmão, enquanto Heloísa Apolónia, do PEV, disse não perceber por que é que o PSD "reclama tanto" sobre a situação económica e social do país".
"Porventura não aprovou os planos de austeridade?", questionou.