Investidores respondem a possível bancarrota na Grécia com venda massiva de acções.
As principais bolsas europeias viveram hoje um dos dias mais negros de 2011, encerrando a cair 4%. O ‘sell-off' deixou o Euro Stoxx 50 e o índice da Bloomberg para a banca europeia em mínimos de Março de 2009 e atirou o euro para o valor mais baixo em sete meses contra o dólar. Foi neste clima que o português PSI 20 escorregou 4,19% para 5.795,05 pontos, sem qualquer cotada a conseguir conquistar terreno.
A interpretação dominante no mercado para a venda massiva de acções, combinada com o crescimento exponencial do risco associado à Grécia - a ‘yield' a um ano tocou hoje nos 100% -, e a subida acentuada da volatilidade implícita nas bolsas europeias é a de que o mercado está a preparar-se para uma declaração de bancarrota em Atenas. E segundo avançou hoje o semanário alemão Der Spiegel não é só o mercado: em Berlim já se desenham planos a contar com a falência de Atenas.
Esse cenário serviu de rastilho a uma pressão vendedora que não poupou nenhuma cotada portuguesa e que empurrou o PSI 20 para baixo da barreira psicológica dos 6.000 pontos. Tal como na Europa foi a banca o sector mais castigado. BCP e BPI cederam 3,85% e estão em mínimos históricos. Já o BES afundou 7,73% - o pior desempenho em Lisboa -, e negoceia no valor mais baixo desde 1993.
Mas as quedas chegaram em força a todas as cotadas: a Altri tombou 7%; a Mota-Engil e a Sonae mais de 6%; e a Jerónimo Martins, a Brisa e a Zon mais de 5%. Com o desempenho de hoje o PSI 20 acumula perdas anuais de 24%, o equivalente a 12,3 mil milhões de euros. A Jerónimo Martins (5,66%) é a única com retorno positivo.